01/12/22 em Para ler
Mais Chico Buarque – Prêmio Camões 2019
Cerca de duas semanas atrás fiz um comentário num post publicado por uma dos membros de um grupo de Facebook do qual faço parte. A imagem que ilustra esse texto é uma montagem feita por mim com o post original, a minha resposta e um post de Chico Buarque, no Instagram, feito ontem, 9/10.
O post inicial, de Isa Fonseca, era sobre um embaraço que o governo Bolsonaro poderia criar ao decidir não assinar o diploma do Prêmio Camões que Chico Buarque deve receber, assinado pelos presidentes de Portugal e Brasil, patrocinadores do prêmio, por ter sido contemplado com prêmio em 2019.
O meu comentário – que contém um erro de correção automática que me escapou no momento da postagem: onde se lê ‘viu, viu’ deveria ler-se ‘fiu, fiu’ – era sobre o desinteresse do governo em evitar eventuais saias justas e sobre o quanto Bolsonaro valoriza ainda mais o prêmio ao não assinar o diploma do premiado.
Ao não assinar o diploma, Bolsonaro passa o recibo da importância cultural do diplomado no país e do quanto o afetam as posições tomadas por Chico Buarque – no mínimo, coerentes ao longo dos seus mais de 50 anos de uma carreira artística que o colocou no debate público brasileiro.
Chico Buarque já foi censurado, a ponto de ter um disco inteiro vetado, exceto por uma canção escrita sob pseudônimo, inapagável registro da imbecilidade dos censores. Recebeu a ‘recomendação’ de não voltar ao Brasil durante um período em que excursionava na Itália, mas acabou voltando e composto e gravando mais. Foi vetado durante anos na TV Globo, ao que sua esposa na época, a atriz Marieta Severo, respondeu recusando convites de trabalho na emissora.
Agora, tira de letra a não assinatura. Claro. Porque não se apequena para chegar ao nível do atual presidente.